Compras especulativas movimentaram o mercado internacional do trigo em termos de preços, provocando uma pequena recuperação dos mesmos durante a semana, em relação ao início da mesma. Na segunda-feira a cotação esteve em US$ 3,01/bushel, o preço mais baixo desde 18/02/05. A motivação para tal desempenho se deu pela falta de novidades para o setor, além do fraco desempenho das inspeções de exportação semanal e das condições das lavouras de inverno. Na prática, o mercado busca um posicionamento diante da ausência de fatores fundamentais e específicos para o setor. Por enquanto, além dos acontecimentos semanais (relatório de condições das lavouras e de exportações semanais), os preços acompanham um pouco os mercados vizinhos da soja e do milho. Na sexta-feira, o fechamento ficou em US$ 3,09/bushel após ter alcançado US$ 3,11 na véspera.

Foi divulgado na segunda-feira (18), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), dados sobre a evolução das lavouras de trigo de inverno nos EUA. As informações dão conta de que, até 17/04, 69% das lavouras encontravam-se entre boas e excelentes condições, 25% em condições regulares e 6% encontravam-se entre ruins e muito ruins. No que diz respeito ao plantio do cereal de primavera, até 17/04 cerca de 23% das lavouras estavam com plantio concluído contra 31% plantado em igual período do ano passado.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações semanais do cereal estadunidense, na semana encerrada em 14/04, totalizaram 363.800 toneladas. O volume vendido ficou abaixo das expectativas do mercado e das vendas registradas na semana anterior, que totalizaram 389.400 toneladas. Quanto às exportações do produto da safra 2005/06, as mesmas ficaram em 73.000 toneladas contra 29.000 na semana anterior.

No mercado argentino, poucos negócios. Apenas notícias de venda de um volume de 60.000 toneladas com destino ao Brasil ao preço de US$ 130,00/tonelada FOB portos ao norte da região de produção. Como os preços se mantêm estáveis, os negócios com o Brasil e também com outros países de fora do Mercosul estão bastante reduzidos, deixando o mercado sem muitas novidades e os compradores aguardando queda nos preços.

Informações da Secretaria de Agricultura da Argentina (SAGPyA), dão conta de que, até 15/04, as exportações do país atingiam 8,5 milhões de toneladas de trigo. Assim, o total vendido pelo país equivale a um incremento de 89% sobre as vendas em igual período do ano passado.

No Brasil, os negócios praticamente não acontecem, o que deixa os preços entre estáveis e mais baixos nesta semana. Os compradores estão retraídos aguardando os leilões do Governo para adquirirem o produto por um preço mais baixo. Há interesse de venda por parte dos produtores, mas a oferta das indústrias, em termos de preços, não é atrativa, o que dificulta as negociações. No Norte do Paraná, a oferta do produto tipo 1 variou entre R$ 450,00 e R$ 460,00/tonelada FOB, enquanto que os compradores estiveram entre R$ 390,00 e R$ 400,00/tonelada. No Rio Grande do Sul, a oferta esteve em R$ 440,00/tonelada e os compradores em R$ 375,00/tonelada. Em ambos Estados, a indústria alega estoque suficiente para aguardar os leilões para os Estados do Sul. O preço médio no balcão gaúcho subiu levemente, fechando a semana em R$ 19,98/saco.

Na quarta-feira (20) a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou um leilão com a oferta de 22.328 toneladas dos estoques do Governo. Desse total foram negociadas 398 toneladas, ao valor de R$ 480,00/tonelada, totalizando R$ 191.040,00. O valor de abertura estava em R$ 415,00/tonelada. Do produto ofertado, 798 toneladas eram de São Paulo e o restante do Mato Grosso do Sul (o produto deste Estado não foi negociado).

Dados contidos no relatório do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), indicam que, até 18/04, o Estado já estava com 3,6% da área estimada para o cultivo do cereal, com o plantio concluído. As informações sobre os estágios das lavouras indicam que 83% do trigo semeado estavam em germinação e 17% em desenvolvimento vegetativo. No que diz respeito às condições das lavouras, o Deral aponta 73% em boas condições e 27% em condições regulares.

Fonte: Argemiro Luís Brum http://www.agrolink.com.br/cotacoes/pg_analise.asp?cod=2958

Postado por Jacaré às 10:11



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