A carta abaixo é de um italiano, que mora no Brasil há muitos anos. Veja que clareza!

Curitiba, 20 de agosto de 2005.

Caro amigo Andrea

Estou recebendo alguns e-mails sobre a situação política do Brasil e fico assustado pela superficialidade da análise deste problema tão complexo que se encontra nestas mensagens. De fato, quando se olha somente às aparências das coisas existe o risco de sermos atordoados e atropelados pelas notícias dos jornais e pelos notíciarios da televisão.

A política é uma luta, um combate incessante entre forças que tentam a conquista do poder com ataques de todos os tipos e outras forças que se defendem para não perder o poder já conquistado. Eu não tinha ilusões sobre o Governo do PT, mas sempre achei que se as elites tivessem deixado o PT no poder por um mandato, permitindo uma experiência de governo a um partido que estava sempre na oposição, o Brasil teria feito um grande avanço na vida democratica. O ataque que o governo está sofrendo já estava previsto e acontece, com todas as forças, especialmente quando a possibilidade de uma reeleição não estava fora de cogitação.
Tento fazer uma análise por etapas.

Em primeiro lugar vamos fazer estas perguntas: o governo errou tudo? Ou alguns atos e fatos políticos foram positivos? Se a resposta é sim, tem coisa boa, vamos lembrar a comparação com uma plantação de trigo. Se quisermos arrancar as ervas daninhas temos que cuidar de preservar o trigo e deixar para a época da colheita o trabalho de separação. E esta época será o processo eleitoral agendado para o próximo ano.
Vamos examinar os fatos políticos bons do Governo Lula.

Dou nota dez à política exterior. O ministro Celso Amorim está desenvolvendo uma ação política de grande envergadura. Contrariou o golpe na Venezuela organizado pela CIA. Apoiou a construção do Mercosul e estabeleceu um diálogo constante e construtivo com a Argentina e com todos os governos da América do Sul. Aproximou o Brasil aos paises africanos e do Oriente Árabe como nunca foi feito antes. E, fato extraordinário para a América do Sul, recusou o convite dos EUA para apoiar a trágica guerra no Iraque e se declarou fortemente a favor da paz. Acho que este foi o primeiro ato de verdadeira independência do Brasil e dos paises da América do Sul contra o Império Americano.

Dou nota dez à política do comércio exterior muito bem dirigida e organizada pelo Governo Lula.
Dou nota dez, também, à política agrícola que recebeu um grande apoio do governo, apesar do erro de ter facilitado demais o plantio de soja que devia, ao invés, ser contido para evitar que agricultores improvisados e aventureiros entrassem no mercado, coisa que de fato aconteceu. A crise da agricultura em 2005 é em parte decorrente deste erro, em parte pela seca e fundamentalmente pela queda dos preços das commodities que é conseqüência da queda do valor da moeda do Império Americano que é, por enquanto, medida do valor de todas as riquezas do planeta.

Em segundo lugar pergunto: de onde vêm os ataques políticos ao Governo Lula? Eles podem vir tanto de fora quanto de dentro do país. Mas não vejo a possibilidade de os ataques serem internos com a área financeira ganhando como nunca, com a atividade industrial em boa fase e com a agricultura sem falta de apoio.
Consideramos agora a possibilidade que o ataque contra o governo seja organizado e engendrado no exterior.
Observo que tudo está acontecendo depois da visita feita ao Brasil pela representante do Império Americano, Condoleezza Rice. Dizia-se na ocasião que o Império teria vindo pedir apoio para uma eventual invasão da Venezuela. Não somente ele não recebeu este apoio como foi reiterada a confirmação de que o Brasil lutaria para a paz e o diálogo. O que era uma nova demonstração de uma posição política firme contra a guerra covarde, trágica e assassina no Iraque.

Condoleezza Rice, cujo nome (vem do italiano "com dolcezza") pode ser perfeitamente traduzido Arroz Doce, é, ao invés, uma horrorosa representante de uma ação de terror e mortes. A sua doçura é aquela da jararaca. Ela deve ter decidido, assim, partir para uma ação desestabilizadora desta frente política que o Brasil está construindo na América do Sul com a colaboração especial de Argentina, Uruguay e Venezuela. Não é fora de cogitação que o Império decidisse organizar esta ação para enfraquecer o governo brasileiro com o mesmo esquema já experimentado com Pinochet no Chile, e recentemente com Pedro Carmona, na Venezuela, isto é, usando dinheiro gordo para financiar empresas de mídia, jornais, revistas, televisão e contratando homens para fazer qualquer tipo de denuncias partindo, é claro, de algum fato conhecido de podridão tão comum no Brasil. Se não, por que fez, ao mesmo tempo, um acordo com o governo do Paraguai e desembarcou na fronteira do Brasil 400 soldados com direito a manobras militares aéreas e terrestres? Roberto Jefferson e Duda Mendonça, que provaram a todos quanto gostam de dinheiro gordo e fácil, se encaixariam neste plano e não é improvável que tenham recebido pagamentos no exterior para ter esta função de acusação. Este fato poderia ser investigado. Se Pinochet recebeu dinheiro em setenta e sete contas para tentar desviar o resultado de uma eventual investigação (e não conseguiu), os dois principais acusadores no Brasil podem ter contabilizado, quem sabe, uns sete depósitos, e depois dizer que foi o PT que fez.

Quanto aos jornais parece que a Globo foi escalada para metralhar contra o PT e para minimizar as maracutaias dos membros de outros partidos. Que contrato fez a Globo com o Império? O perdão de alguma conhecida dívida desta importante empresa de mídia?
No Jornal da Globo nulidades políticas são entrevistadas diariamente como Álvaro Dias, o Neto de Antonio Carlos e Gustavo Fruet que afirmam sempre a mesma coisa e não conseguem sequer dizer uma palavra sobre a presença das tropas americanas desembarcadas no Paraguai. Será que a SBT lança agora um telejornal milionário com a mesma finalidade e com o mesmo apoio do Império? Seria interessante procurar informações sobre o provável recebimento por parte destas empresas de financiamentos externos concedidos "gratuitamente" pelo Império neste período.
Imagine, Andrea, que o meu empregado Cidão que você conhece bem, disse-me que não consegue mais assistir ao jornal nacional. Não aguenta aquele falatório chato e raivoso sobre as CPI. Ele falou para mim que no bairro dele as reuniões sociais eram organizadas sempre para depois do jornal. Agora todos preferem antes. É só aparecer na tela o William Bonner que desligam.
A situação está confusa. Somos todos torturados por uma serie infinita de acusações muitas vezes sem provas que estão abalando a seriedade do jornalismo brasileiro.

Quando Arthur Virgilio declarou que o governo Lula não devia encontrar Chaves nestes dias, acertou na pedra principal da questão. Talvez ele gostasse de aconselhar o governo de seguir as instruções de um dos três B.B.B. que não é o Big Brother Brasil da Globo, mas o Bush, Blair e Berlusconi que serão conhecidos na história como assassinos de iraquianos. Monteiro Lobato poderia chamar Arthur Virgílio de "imbecil de gênio", mas eu o chamaria só de imbecil.

Quanto aos três patetas que a Globo santifica todas as noites no telejornal, Álvaro Dias, Gustavo Fruet e o Neto de Antonio Carlos, parecem, os três, com aqueles pastorzinhos que em Fátima, anos atrás, juraram que viram Nossa Senhora. Eles não conseguem entender que atrás deles, tal como em Fátima estava a manipulação do cardeal Cerejeira e do salazarismo, agora pode estar a manobra, desta vez sangrenta, da Condoleezza Rice agindo fria e calculista como uma suçuarana. Recomendaria a eles um árduo trabalho de enxada para fazê-los cair na realidade através a dureza do serviço da terra.

Um fato que me amedronta foi ver Roberto Jefferson convidado a falar na faculdade de Direito do largo São Francisco. Lugar de malandro e picareta não é no templo que forma futuros defensores da justiça. Os estudantes perderam a cabeça e o bom senso. Ainda a mesquinhez dos dirigentes da Associação Comercial de São Paulo fez a mesma cachorrada para provar a todos que sabem latir. Não foi assim em Curitiba onde a Associação Comercial do Paraná recusou a oferta de palestra do Roberto Jefferson demonstrando dignidade e decência.
O labirinto da vida democratica é longo, tortuoso, agitado e penoso. Devemos encontrar o fio de Arianna para sermos guiados fora do lamaçal de denúncias. Vamos julgar a árvore política do governo Lula pelos frutos que já produziu e que pode ainda produzir, especialmente pelo esforço dirigido para a construção da paz e para a independência do Império. Este, sem dúvida, é a rocha firme que sustenta o governo.

Caro amigo Andrea, o Império ataca escondido e improviso o corpo político como o câncer corrói o corpo físico e deixa perplexo e atordoado quem recebe o golpe da doença. Não sabemos quando e como vai ser o ataque.

É preciso resistir. O momento é de vigilância e resistência.

Vamos separar o joio do trigo com calma e seguindo as regras da justiça. Antes de ontem li no jornal uma notícia de apenas três linhas sobre a presença do Donald Rumsfeld, o famigerado responsável pelas torturas de Guantanamo e Abu Graib, no Paraguai. Muitos congressistas brasileiros empolgados e felizes como leitões em dia de abóbora, estão continuando os shows de Sherlock Holmes. Será que algum um deles vai falar sobre o problema?

Repito, amigo Andrea, o momento é de vigilância e resistência.
Ernesto Maria
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Não concordo plenamente com o camarada do texto, mas em alguns pontos ele tem razão. Odeio arroz doce e a sra. Condoleezza Rice, odeio também os EEUU, odeio o Flamengo, odeio pagode, odeio o Ace Ventura, odeio postar, odeio quem mija na piscina, odeio odiar...

Vou comprar uma metranca amanhã. Lá em casa os EEUU não entram.

En"viado" pelo Dr. Christian.

P.S.: parabéns para o Jão bundão que agora é Msc tbém.
P.S.2: pro Reni tbém e pro Dagoberto tbém pelo mesmo motivo.
P.S.3: pra mim tbém proque consegui ser o Isaac do Msc.
P.S.4: pro Dinho tbém porque ele fez aniversário ontem e tirou último lugar denovo.

Postado por Bxqtz às 20:07



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